Canchim de Norte a Sul
Com participação em importantes eventos agropecuários, Canchim expande fronteiras e se estabelece como opção de produtividade.
Uma semana ativa para o Canchim. Durante toda a semana passada, criadores percorreram importantes polos de produção pecuária em eventos que se realizaram de Norte a Sul do País para divulgar as habilidades da raça. Na quinta-feira, 14 de junho, os criadores Adriano Lopes, da Ilma Agropecuária, e Valentin Suchek, proprietário do Canchim Canta Galo, desembarcaram em Araguaína (TO) para uma palestra sobre o uso do touro Canchim no cruzamento industrial.
A apresentação de Adriano Lopes, atual presidente da Associação Brasileira de Criadores de Canchim (ABBCan), ocorreu durante a Expoara 2018 e deu sequência ao planejamento iniciado em março de introduzir a raça no Estado, demostrando suas aptidões naturais de rusticidade, adaptabilidade e precocidade na produção de animais precoces, pesados, com qualidade de carne e acabamento.
Araguaína é o principal polo da pecuária tocantinense e possui o segundo maior rebanho de bovinos do Estado, sendo referência na industrialização de produtos cárneos e lácteos no Tocantins, segundo dados da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adapec). São 226.438 bovinos, 582 bubalinos e um total de quase 1.000 propriedades. De acordo com Roberto Paulino, presidente do Sindicato Rural de Araguaína, foi um desafio proposto e aceito, que abriram as “portas” para o Canchim no Estado. “É uma raça que cabe, tanto no Nelore, quanto em qualquer outra cruza, capaz de melhorar a produtividade das fazendas e que chamou a atenção dos produtores locais”, destaca Paulino.
Além das palestras foram negociados touros em venda diretas no curral, com liquidez de 100% de oferta, um forte indicativo de abertura de mercado no Estado, que já conta com um novo associado da ABCCan, o criador Flávio Filatier, da Fazenda Santa Maria, em Palmeirantes, norte do Estado. “Avaliamos com extremo entusiasmo essa aproximação, que tem nos proporcionado mostrar nossa genética aos produtores locais e abrir fronteiras para o Canchim, que é o precoce brasileiro que melhor serve a todas as regiões do País”, diz Suchek.
No mesmo período, a raça também foi divulgada no Sul do Brasil, no evento chamado Mosaico do Agronegócio, em Santa Maria (RS), pelo produtor Piotre Laginski, da Fazenda Arataca, de Cascavel PR. Dono de um Sistema Integrado de Produção Agropecuária (SIPA) altamente rentável, o criador utiliza o Canchim em confinamento, com resultados de 59% de rendimento nos machos, hoje, abatidos em torno de 16 meses com média de 20@.
No evento, realizado no Hotel Morotin, ele dividiu sua experiência com cerca de 500 técnicos e produtores vindos de diferentes regiões do Estado, mais Paraná e Santa Catarina. “Tivemos uma receptividade espetacular ao abrir dados de produtividade que o Canchim traz”. Além dos ganhos frigoríficos, o criador expôs também os índices de eficiência reprodutiva do plantel (taxa de prenhez de 92%), com ótimo desempenho a desmama: média de 260 kg/bezerro na última safra. “Existe máxima eficiência da raça na produção de carne e carne de alta qualidade, que precisa ser mostrada, divulgada. É uma boa opção, que garante retorno ao produtor e saltos zootécnicos à propriedade. Não tenho dúvida sobre isso”.
O Mosaico do Agronegócio é realizado pela SIA – Serviço de Inteligência em Agronegócios – que, com empresas e instituições parceiras, propõe um encontro inteligente e dinâmico para nuclear um fórum bienal de discussão em alto nível sobre a ocupação territorial do Sul do Brasil. “O Canchim tem se estabelecido em eventos de grande porte e em diferentes localidades, o que é um grande passo para que a raça ocupe, de fato, o espaço que tem na pecuária de corte brasileira”, dispara Piotre.