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Tricross Canchim se destaca nos cruzamentos e aquece procura por touros

    Tricross Canchim se destaca nos cruzamentos e aquece procura por touros

    Padronização e homogeneidade elevam lucro de produtor no Pantanal mato-grossense

    A evolução dos touros Canchim nos últimos tempos é notória para criadores e pesquisadores, que concordam que a raça é uma das mais indicadas, atualmente, para a realização do cruzamento industrial. Uma das modalidades mais comuns é o tricross, com o Canchim sendo usado para aumentar a rusticidade e ganho de carcaça e peso dos bezerros. É o que vem fazendo o produtor Luiz Fernando Homem de Carvalho, com propriedade no Pantanal mato-grossense, em Rondonópolis, onde a raça vem se instituindo como ferramenta de lucratividade.

    Dono de um projeto de cria há 25 anos na Fazenda Sonho de Garça, o produtor começou utilizar a genética Canchim há quatro anos motivado pelos possíveis ganhos em peso e qualidade de carcaça. Primeiramente, utilizou touros Canchim em inseminação na vacada Nelore, mas foi o uso da raça como opção no terceiro cruzamento que possibilitou o “pulo do gato” na propriedade, segundo ele. “Tivemos uma bezerrada bruta, com a homogeneidade e padronização mesmo em cima de uma base de matrizes de diferentes tipos de cruzamento, o que nunca conseguimos com o uso de qualquer outra raça”, avalia o pecuarista.

    Os cruzamentos, todos a campo, foram feitos com touros Canchim em vacas mestiças de origem Angus, Braford, Blonde d’Aquitaine, Caracu e Nelore. O peso médio das fêmeas girou em torno de 240 kg na desmama e dos machos em 270 kg, com registro de até 360 kg nos machos desmamados entre 7/8 meses. “Fechamos uma bezerrada bruta e muito padronizada, vislumbrando o produto que o mercado tanto procura e valoriza”. Segundo o produtor, mesmo com a arroba em baixa na região (R$ 130,00 no MT), os animais foram comercializados por R$ 6,20 kg/vivo, o equivalente a R$ 186,00/arroba, um excelente indicador de rentabilidade.

    De olho na tourama – Para a produção dos cruzamentos a campo, a Fazenda Sonho de Garça utilizou reprodutores de bases genéticas bastante consagradas como a Ilma Agropecuária, Canchim Canta Galo, além das fazendas Barro Branco e São Joaquim, todas com projetos de seleção muito estruturados. “Sabemos que o Canchim está se consagrando na produção de bezerros tricross no Pantanal, o que têm impulsionado a procura por touros na região”, avalia Kelson Carvalho, da Fazenda Barro Branco (Mercês, MG).

    Para Valentin Suchek, diretor de marketing da ABCCan e proprietário do Canchim Canta Galo (Itapetininga, SP), a alta eficiência dos touros na produção de cruzados tem feito produtores de outros países também voltarem os olhos para a qualidade dos bezerros em diferentes tipos de cruzamento. Bom exemplo vem da Turquia, que depois de adquirir cruzados Canchim para a terminação em confinamento se surpreendeu com o desempenho dos bezerros em relação aos demais cruzados adquiridos no Brasil, o que motivou recentes consultas sobre a disponibilidade de novos produtos para exportação. “O grande benefício da raça está relacionado à complementaridade, ou seja, somar características desejáveis através do cruzamento industrial. O touro Canchim é o parceiro ideal dos projetos de IATF e do aproveitamento das F1, permitindo obter um bezerro superprecoce e elevando o valor da novilha de 13 para 17 arrobas”, avalia Suchek, que na próxima semana ajudará a estruturar uma nova carga de bezerros com sangue Canchim para a Turquia, envolvendo, desta vez, um volume maior de animais e de diferentes criatórios.