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Encerramento PCAD 2018 – O Oscar do Canchim

    PCAD consagra-se o “Oscar do Canchim” em sua oitava edição

    Prova reúne criadores, técnicos e autoridades do setor na sede da Coplacana, em Piracicaba (SP), para divulgar o resultado da avaliação de 84 touros jovens, os futuros craques da raça.

    O encerramento da PCAD, a Prova Canchim de Avaliação de Desempenho, reuniu criadores, técnicos, pesquisadores centrais e representantes do governo na sede do Coplacana em 10 de novembro, em Piracicaba, SP, cidade que recebeu a oitava edição da prova em uma parceria inédita instituída entre a Associação Brasileira de Criadores de Canchim (ABCCan), a @Tech e a Coplacana.

    Com resultados inéditos e mudanças que tornaram a PCAD uma prova zootécnica ainda mais completa neste ano, não faltaram inovações na programação. As comemorações começaram um dia antes com um jantar de confraternização e homenagens realizadas no Hotel Beira Rio, evento que deu espaço para o encerramento da PCAD no dia seguinte, quando foram divulgados os resultados finais da prova. Sobre os cuidados de Devanir Ramos, apresentador à frente do Programa Balcão do Boi, do Canal Rural, parceiro da ABCCan desde março, o evento contou com apresentações de Adriano Lopes, presidente da associação, além de parceiros da Tortuga, Beef Trader (startup da @Tech), e Embrapa Gado de Corte, entidade que coordena a prova desde sua primeira edição através do Geneplus, seu programa melhoramento genético, em Campo Grande (MS), avaliação que conta com a supervisão da Embrapa Sudeste, de São Carlos (SP).

    Entre os premiados neste ano, Xisto 4415 MN da Itamarati, do criador Luiz Carlos Dias Fernandes, da Fazenda Santa Maria, em Três Lagoas, MS, conquistou o título de Elite Ouro no grupo de animais nascido entre junho e agosto de 2017. O vencedor Elite Prata foi um tourinho da criação da Canchim Canta Galo, 4545 Ilho Canta Galo, de Valentin Suchek, com sede em Itapetininga, SP, premiação seguida por H-1485 MN da Sâo Tomé, touro que garantiu o “elite bronze” aos criadores Dourivan e Alexandre Cruvinel, com trabalhos de seleção em Goiás. Pai e filho fizeram também o terceiro lugar da segunda provam que avaliou animais nascidos entre setembro e novembro de 2017.

    Na prova de número 2 da PCAD, o primeiro lugar foi novamente da Itamarati, com o animal Xisto 4556 MN da Itamarati; e o segundo saiu para a Ilma Agropecuária, de Irineu e Adriano Lopes, em Angatuba (SP), que ranquearam no pódio com o garrote G-12824 MN da Ilma, vendido no programa Balcão do Boi de terça-feira, dia 13; ao lado do Elite Prata, 4545 Ilho da Canta Galo, num esforço de ampliar a visibilidade do Canchim e difundir genética melhoradora País a fora.

    “A prova tem cumprido seu objetivo de identificar os melhores animais para emprego no melhoramento genético da raça e isso vem se multiplicando”, garantiu Maury Dorta Jr, técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Canchim (ABCCanchim) e do Geneplus, veterinário responsável pelo anúncio dos resultados. Foram avaliados 84 garrotes provenientes de 13 fazendas. Os animais entraram na engorda intensiva com peso médio de 230 Kg e idade de oito meses e encerraram a prova com peso de 475 kg, registrando ganho de peso médio diário (GMD) de 1.310 kg, a meta da prova desde seu primeiro ano. Os animais, por volta de 14 meses, obtiveram média de 34,1 cm de CE, um forte indicativo de precocidade sexual da raça.

    Para Maury, muito além do peso, está a eficiência da PCAD em identificar máquinas produtoras de carne. A média para área de olho de lombo (AOL) ficou em 82,7, com variabilidade de 61,09 a 107,11. Já a média de espessura de gordura ao final da prova foi de 3,5 mm, com animais apresentando acabamento de até 7 mm de gordura. Encerra a lista de características ligadas à qualidade de carne o marmoreio, com registro de 2,5 e máximo de 3,7, valor superior ao encontrado em animais Angus.

    Melhores e mais lucrativos

    Lançada há oito anos, a PCAD é hoje a principal ferramenta de avaliação de touros Canchim. São avaliadas características ligadas ao ganho de peso, peso final, padrão racial, características morfológicas, pigmentação da mucosa, comprimento do umbigo, comprimento e qualidade da pelagem, aprumos, cascos, perímetro escrotal, temperamento e carcaça (AOL, EGS e MAR), características que ganharam o aporte de outra importante tecnologia, o Beef Trader, software que informa para o pecuarista a melhor hora de vender animais confinados. Ele permite estimar o lucro de cada indivíduo, conectando informações geradas por sensores, câmeras de vídeo e balanças inteligentes às informações de preço da arroba coletado nos frigoríficos. Foi a primeira vez na história, que a tecnologia, tradicionalmente aplicada em rebanhos comerciais, estimou o lucro de touros, tornando-se parte de uma rigorosa prova de avaliação zootécnica.

    Para a coordenadora Cíntia Marcondes, da Embrapa Sudeste, o advento do Beef Trader vai de encontro com os sistemas de produção que utilizam o Canchim. “Se considerarmos que o usuário final do Canchim, em sua maioria, termina animais em confinamento, os dados obtidos pela PCAD tornam-se fundamentais”, diz ela, apontando que embora o touro não seja abatido, sua progênie será. “Dessa forma podemos predizer o que determinada genética agrega, de fato, à rentabilidade”, acrescenta o técnico Tiago Albertini, que trabalhou nas avaliações ao lado da equipe técnica Embrapa Gado de Corte e Embrapa Pecuária Sudeste.

    Os resultados apontaram correlação de 61% entre os animais geneticamente melhores avaliados pela prova com os animais mais lucrativos apontados pelo software Beef Trader, número que saltou para 75% no grupo de animais mais jovens da PCAD, os nascidos entre setembro e novembro. “Para nós esse é um dado novo e altamente animador, porque indica que estamos no caminho certo”, conclui Adriano Lopes.


    Galeria de imagens do Encerramento da PCAD 2018:

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